Minha materialidade é reflexo,
Luzes que sobram do regurgito das coisas.
E se for negro, índio ou coreano?
O que dizer de mim mesmo?
Eu que nunca me vi.
O que dizer do mundo reluzente?
De existência apenas no que é claro e sol,
Eu que nunca o vi.
Ando pelas ruas, passos desconexos,
coleciono as migalhas luzidias que sobram.
Edifico abstrato, sedimento devaneios.
Porque assim é preciso para que se viva.