Stella tem olhos vivos, destes que vêem o mundo, os meus são apenas orelhas, que escutam Stella.
Os dedos delgados por hora gesticulam, como se as dez pontas prolongadas do corpo contassem a mesma história, e contam. Neles ainda se percebe o brilho de gordura deixada na ponta pelo frango-a-passarinho, e dos alhos torrados catados com real destreza pelas unhas coloridas, enquanto que na boca, Marx escreve o capital.
A boca colorida e brilhosa se abre e fecha, tem um ritmo conexo, musical, que lembra o carnaval, o pecado, a maçã,e por fim a serpente, voltando ao pecado, e assim vai....
Enquanto o chope esquenta, aprecio o concerto da boca de Stella, o balé de seus dedos, e , claro, Marx no meio de tudo isso.
Stella fuma. Stella faz Marx parecer tão simples!
8 comentários:
"Stella fuma. Stella faz Marx parecer tão simples!"
de todo texto... a frase mais banal. menos florida... a q mais gostei.
bjs, fica bem.
Thadeu, a Irene me dizia sempre que você gostava de escrever, então hoje me encaminhou o seu blog. Continue, rapaz, você leva jeito.
Gostei do texto. Boa descrição Tha, adorei a maneira como você se prende em detalhes mas sem fazer com que o texto fique monotono. Pra ser do contra só não gostei da forma como foi colocada a última frase..rs
bjo
Não analisei estrutura, concordância e essas sacanagens todas!
Gostei!!
Gostei pelo fato que me apaixonei por Stella!
Com a minha cabeça hiperativa consegui ver tudo!
Ela tem um “que” de Deneuve...
Grande beijo rapaz
O nome da minha filha será Estela.
Se ele tiver sorte, um poeta escreverá algo assim sobre ela também.
*ela
(estou péssima ao digitar hoje)
A cena prosaica é o mais apaixonante!!! Mais apaixonante que a propria Stella é a paixão do apaixonado, que nota e sente prazer em cada meandro desta fumante em meio a uma situação tão ordinária....
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